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O soco que ninguém viu vindo

O evento Popó x Wanderlei Silva tinha tudo para ser um espetáculo — dois gigantes do esporte, marcas de peso envolvidas e uma legião de fãs esperando o confronto. Mas bastou o primeiro round (e algumas atitudes fora do script) para o show virar caos. Nas redes, o que deveria ser entretenimento se transformou em polêmica. E, no meio disso tudo, uma pergunta ficou no ar: será que a Spaten, principal patrocinadora, já tinha mapeado esse risco?

Esse episódio vai muito além do ringue. Ele é um estudo vivo sobre gestão de riscos, reputação de marca e decisões estratégicas sob pressão — temas que não pertencem só ao mundo das normas ISO, mas também à realidade de qualquer empresa que quer crescer de forma sustentável.

 


O que é gestão de riscos — e por que ela não é “coisa de auditoria”

Quando se fala em gestão de riscos, muita gente ainda pensa em planilhas complexas, reuniões longas e relatórios técnicos. Mas a essência é bem mais prática: é sobre enxergar o que pode dar errado antes que aconteça — e, melhor ainda, usar isso a seu favor.

Segundo a ISO 31000, a norma internacional de gestão de riscos, o objetivo é simples: proteger e gerar valor. Isso vale para indústrias, startups e até grandes marcas do entretenimento. O risco não é apenas algo a evitar — ele pode ser uma oportunidade.

No caso Popó x Wanderlei, a Spaten assumiu um risco evidente ao associar sua marca a uma luta entre dois nomes intensos, com histórico de rivalidades e personalidades fortes. A questão é: esse risco foi mapeado, monitorado e transformado em estratégia, ou foi apenas “aceito” de forma implícita?

Para ilustrar esse momento de repercussão, confira o comentário do Lucas sobre a luta Popó x Wanderlei no vídeo abaixo:

@lucas.basquess

A luta: Popó x Wanderlei virou caos… mas será que a Spaten já tinha mapeado esse risco? Quando falamos em gestão de riscos, não é só ISO, auditoria ou compliance. É sobre decisões estratégicas: aceitar o risco, evitar ou transformar em oportunidade. Esse caso é um exemplo perfeito de como um risco reputacional pode virar buzz (ou prejuízo). Líderes e empreendedores: vocês mapeiam os riscos antes de uma ação grande? Me conta!..👇🏽 #emprendedor #iso9001

♬ som original – Lucas Basques


Risco reputacional: o mais invisível e o mais perigoso

Entre todos os tipos de risco — financeiro, operacional, de mercado — o reputacional é o mais traiçoeiro. Ele não aparece em balanços contábeis, mas pode corroer anos de construção de marca em poucas horas.

Imagine o impacto: um evento patrocinado vira notícia negativa, memes se espalham, influenciadores opinam, e o nome da marca passa a ser associado a confusão. Tudo isso pode custar caro — em imagem, credibilidade e relacionamento com o público.

Mas há um ponto interessante: nem todo risco reputacional gera prejuízo. Quando bem gerenciado, pode gerar buzz positivo e fortalecimento de marca. A diferença está em como o time reage — com estratégia ou improviso.


Aceitar, evitar ou transformar: as três decisões que definem o jogo

A gestão de riscos parte de uma lógica simples, mas poderosa:

  1. Evitar o risco – Cancelar ou ajustar uma ação para reduzir a probabilidade de dano.
    Exemplo: mudar o formato da luta para algo mais controlado.

  2. Aceitar o risco – Reconhecer que ele existe, mas seguir em frente, ciente das consequências.
    Exemplo: bancar o evento apostando que o público priorizaria o entretenimento.

  3. Transformar o risco em oportunidade – Antecipar o impacto e planejar como se posicionar caso algo saia do controle.
    Exemplo: usar uma eventual polêmica para reforçar o discurso de autenticidade e coragem da marca.

No marketing moderno, essa terceira via é ouro. As marcas que conseguem prever cenários adversos e reagir com propósito não apenas sobrevivem — elas crescem em meio ao caos.


O papel da liderança: decisões sob impacto

Líderes e empreendedores precisam entender que gestão de riscos não é sobre evitar erros, mas sobre agir rápido e com clareza quando eles acontecem.

Empresas preparadas têm planos de contingência, treinamento de comunicação de crise e alinhamento entre marketing e gestão. Assim, quando algo sai do script — como em uma luta que virou briga real — o time sabe o que fazer, o que comunicar e como proteger o valor da marca.

A ISO 9001, por exemplo, já traz em seu DNA o conceito de pensamento baseado em risco. Isso significa olhar para processos, pessoas e decisões sob a ótica de probabilidade e impacto. Ou seja: o risco não é um inimigo — é um elemento de gestão.


Spaten, Popó e Wanderlei: um case de marketing (ou de lição?)

No caso da Spaten, há duas leituras possíveis:

  1. Se o risco foi mapeado: a marca pode ter previsto possíveis repercussões e se preparado para capitalizar a atenção. Nesse cenário, o caos virou parte da estratégia de awareness — e funcionou. A Spaten dominou as conversas, e o evento foi um sucesso em visibilidade.

  2. Se o risco não foi mapeado: o efeito pode ser o oposto. A marca pode ser vista como cúmplice da confusão, e a lembrança positiva cede lugar à crítica.
    É aqui que a ausência de gestão de riscos cobra seu preço.

Em ambos os casos, há uma certeza: a reputação é construída antes da crise. E quem tem um sistema sólido de gestão (como os orientados pelas normas ISO) reage melhor, comunica com consistência e evita decisões precipitadas.


O que sua empresa pode aprender com isso

Gestão de riscos não é luxo nem burocracia — é inteligência estratégica. E pode (e deve) ser aplicada em qualquer negócio, especialmente em momentos de exposição.

Aqui vão algumas lições práticas que qualquer líder pode tirar desse episódio:

  • Mapeie antes de agir: todo grande projeto, lançamento ou evento deve passar por uma análise de riscos.

  • Defina cenários e respostas: para cada risco identificado, planeje o que fazer se ele acontecer.

  • Monitore o sentimento do público: em tempos de redes sociais, a reputação muda em minutos.

  • Treine seu time: quem comunica a crise deve estar preparado e alinhado à cultura da empresa.

  • Aprenda com os erros: depois da tempestade, revise os processos e melhore seus controles.


Conclusão: risco é inevitável — descontrole, não

O caso Popó x Wanderlei mostra que nem sempre o caos é evitável, mas a forma como você o administra define o impacto final.
A Spaten talvez tenha saído com buzz — ou com dor de cabeça. O tempo (e os indicadores de marca) dirão.

Mas uma coisa é certa: as marcas que enxergam o risco como parte do jogo e estruturam seus processos com base nisso estão mais preparadas para vencer, seja no ringue, no mercado ou na percepção do público.

Então, líderes e empreendedores: antes do próximo “grande evento”, perguntem-se — vocês estão mapeando os riscos ou apenas torcendo para que nada dê errado?

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Lucas Basques

Empreendedor otimista, esportista aficionado e sortudo por todos os dias trabalhar fazendo o que ama. Com mais de 15 anos de trajetória na blwinner, atuando como consultor e auditor em diversas normas ISO e SASSMAQ. Hoje, lidera a empresa como CEO, com o compromisso de ajudar os clientes a aumentar faturamento e margem através das normas ISO.